sexta-feira, 24 de abril de 2015

Mais de Sydney

Dia 05:
Domingo de páscoa. Dia da kaka.
Passei o dia com a Kaka e sua família, que é uma amiga de absolutamente todos os meus amigos de Brasília, frequentamos a UnB na mesma época, temos quase o mesmo título universitário, mas por lá não nos conhecemos. Quando comentei com as pessoas que me mudaria para a Austrália, todos começaram a dizer: Ah, a Kaka está lá! E eu respondia: Mas quem é Kaka?
Claro que os amigos nos colocaram em contato e nos encontramos pessoalmente pela primeira vez ano passado, quando tomamos um café em Mooloolaba. Ela mora em Sydney, mas seus sogros moram em Sunshine Coast (!!!) e ela veio visitá-los. Ao chegar ao café, uma surpresa! Tinha um pequeno em seu colo, ela teve o pequeno Samuca assim, enquanto esperávamos para nos conhecer.
Kaka e seu simpaticíssimo marido Tim compraram uma casa há pouco. No caminho para a nossa balado do dia, explorar e almoçar no bairro vietnamita, paramos em sua casa para eu conhecê-la (claro que a Kaka é tão educada que saiu da sua casa para me buscar, para voltar à sua casa, para irmos do outro lado do mundo, para depois me deixarem novamente em casa). A casa é muito, muito legal e tem um lindo quarto de visitas que espero usar no futuro (rss).
O bairro do dia chama-se Cabramatta, que é um bairro mais periférico, de imigrantes. Como bons hóspedes, eles me contaram toda a história: era ali que as drogas rolavam soltas em tempos antigos, daí o governo deu uma revitalizada e tem até uma série de TV legal sobre o assunto, da CBS. Enfim, chegamos ao Vietnã. Absolutamente todas as pessoas são orientais, aquela confusão e muvuca que estamos acostumados no Brasil e que eu adoro. Escolhemos um restaurante e eu pratico o meu principal esporte do dia- comer como se não houvesse amanhã... adoro comida vietnamita! Que páscoa gostosa!
Na volta, pegamos o Marky, cachorro da Cecília e Andrej para passear na bahía de Rose Bay, foi um fim de tarde muito gostoso. A principal descoberta do dia é que Samuca é um tagarela, foi o que mais falou durante o dia!

Dia 06:
Lavei roupa. Aqui os edifícios têm varais coletivos, mas esse em especial tem pregadores de roupa coletivos, o que me pregou uma peça abrindo todos os armários da Cecília procurando. Confesso que lavar roupa é um dos meus prazeres Amelie Poulin, faço com todo o prazer. Adoro colocar roupa na máquina, escolher sabão e amaciantes cheirosos, que permaneçam na roupa após a exposição ao sol, escolher o melhor plano de lavagem, tirar tudo limpinho, cheiroso e estender... peguei isso da minha mãe.
Hoje é o dia Karen.
Eu acordei cedo e antes do que qualquer outro membro da casa, então resolvi me adiantar para conhecer a Art Gallery of New South Wales, que foi recomendadíssima. Peguei o ferry às 10:08 nesses 10 minutos de pura beleza em direção à estação de Circular Quay. O ferry é um super atalho para chegar à cidade, e nele podemos ver todos os ícones da cidade desde o mar, sentindo o vento bater no rosto, a fricção do barco com o mar, sentir o corpo saltitar junto com o mar... A estação é vizinha da Opera House, do centro financeiro da Austrália, da parte mais histórica chamada The Rocks, é central para conhecer a cidade. A mesma viagem demora uma hora de ônibus! O ferry custa o dobro do preço, mas vale muito a pena.

Caminho vagarosa e atentamente, chego ao jardim botânico, que cruzo para chegar ao museu. O Royal Botanical Gardens tem vista para a famosa bahía de Sydney e é bem no centro da cidade. Uma das esquinas é a Opera House. O museu tem quatro andares, mas fui advertida de que o mais interessante é o subsolo, onde estão as obras de arte aborígenes, que de fato são surpreendentes. Estão entre as minhas pinturas preferidas de todo o mundo.
Depois do museu, encontro minha amiga Karen para uma outra aventura gastronômica. Ela é mestre em encontrar os lugares mais incríveis para comer e ainda estamos na celebração do seu batismo. Almoçamos Dim Sum, que é minha comida preferida do mundo, um banquete de Dim Sum com uma oriental (a Karen é de Singapura) que sabe escolher os melhores... ahhhhhhhhhhh... Hoje descobri que o banquete de Dim Sum se chama Yam Cha, que é um termo que eu espero nunca mais esquecer e que a internet me diz que a tradução literal é tocar o coração. E como toca não só o coração como a barriga.  Agora sei o que eu tenho que buscar em qualquer lugar da Ásia que eu for.
Aqui está a definição do restaurante que fomos:
The word “Yum Cha” means to drink tea. The traditional custom originated in Southern China, where people would go to a “Tea House” to drink tea.
Chinese tea is known for it’s health giving qualities, in particular as being beneficial for digestion as it dissolves the fats from the food.
The custom has changed over time to become a ritual where friends meet at a restaurant for Yum Cha, usually in the morning or lunchtime. At Yum Cha, dim sim ladies present dishes on the trolleys. Customers then select their preferred dishes from the trolleys.
Dim Sim, literally translated, means “To Touch someone’s Heart”. The custom has developed over centuries when housewives would serve delicate light snacks to visitors and friends to demonstrate their hospitality and cooking abilities.
Depois do Yam Cha fomos a uma das chocolaterias mais famosas da Austrália, Koko Black, depois para um restaurante japonês na ChinaTown, quando Cecília e Andrej me buscaram para... jantar num grego! Claro que meu estômago não dava mais conta, então os acompanhei com um vinho grego, mas fiquei com água na boca. Hoje foi um dia especial porque eu adoro ser levada por prazeres gastronômicos sem esforço, mas na fluidez da sabedoria da outra pessoa. Adoro ser levada pelos prazeres musicais, quando alguém me apresenta melodias antes ignoradas por mim, mas que agora tocam meu coração. Adoro ser surpreendida. Acho que por isso gostei tanto do meu namorado Luiz.

Dia 07
Foi um dia tranquilo, catching up with work. Afinal, eu também tenho que trabalhar, embora tenha a benção de poder trabalhar de onde quiser.
Acordei e li. Depois escrevi. Depois refleti. Depois descansei. Depois escrevi um pouco mais. Foi mais um dia de chuva e frio...
No intervalo, fui a um lugar maravilhoso chamado Watsons Bay, é uma parada adiante de barca. Adoro cidades que usam barcos como meio de transporte.
Watsons Bay é um vilarejo histórico que foi o primeiro povoado de pescadores na Austrália. De um lado, uma das baías magníficas de Sydney. Do outro, penhascos encantadores, caminhadas entre os penhascos, caminhadas que levam a praias de nudismo, restaurantes na beira da praia, tudo o que você pode desejar. Tudo em um.
Fiquei inspirada e à noite cozinhei uma moqueca para a família. Ficou gostosa!

Dia 08:
Uau!!!!!!! Esse dia foi lonnnnnnnnnnngo, mas muito bom!
Acho que vou precisar de alguns dias para descrevê-lo... alguns dias duram mais de um dia, assim você vive mais de um dia em um dia, enquanto em outros dias, parece que você não viveu dia nenhum e deveria dar o rewind e vivê-lo novamente... esse dia valeu por vários dias e ainda estou tentando lembrar como ele começou. Eu lembro que ele terminou num show maravilhoso num pub maravilhoso recomendado pela Erin. Sei que virei fã do duo, que vou tentar encontrar o nome em alguma foto. Assim, boa ideia, esse dia vai ficar em imagens porque agora eu lembro que eu andei por todos os lados de Sydney, norte, sul, leste, oeste, sudoeste, noroeste... de barco, a pé, bicicleta, todos os meios disponíveis.

That Red Head (duo incrível) no Corridor, bairro de Newtown
Dia 09:
Acordei com meu corpo pedindo arrego, doente, exagerei ontem e ainda estou convalescente... 
Mas tinha uma reunião agendada, então tive que tirar forças e pegar ferry mais ônibus mais caminhar para chegar à minha reunião, mas que por sorte foi muitíssimo produtiva. Excelente!
Depois encontrei minha amiga Athene, que morou comigo no Kibbutz Ketura em Israel. Isso foi em 2006, então não nos víamos há exatos 9 anos, foi muito interessante revê-la e conhecer seus dois pequenos... mas foi um encontro rápido, mães de família nunca têm muito tempo e eu também não tinha muita energia para trazer ao encontro.

Dia 10 e 11:
São os dois últimos dias em Sydney e o ápice foi o show do Counting Crows no teatro estadual... que edifício lindo, super bem preservado. Só me surpreende que esteja disponível para um show de rock! O bom da Austrália é que o público desses shows sempre é menor, então rapidamente eu e Claire nos enfiamos na primeira fileira e ficamos tocando os músicos durante o show, tiramos fotos super engraçadas, trocamos piadas com o carismático vocalista.... é isso folks! Agora que venham as crônicas locais!

Um comentário:

Anônimo disse...

Ai Fiussss!! Adoro suas histórias! Tem dias que passo calada por aqui, mas hoje resolvi dar o ar!! Me sinto aí contigo!! heheh Beijos Brasileiros!!! :*****
Quiruls

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