Roubaram o som do meu carro.
Voltava tranquilamente da festa quando o vi isolado na pista. Pensei que de fato havia curtido tudo até o final. Aperto o botão de destravamento. Ele não responde. Abro a porta. Percebo na hora que o som não está em seu local habitual. Entro correndo, aí me bate o medo de ter alguém dentro do carro. Fico imobilizada. Lentamente, vou virando a cabeça, toco com a mão os cantos escuros. Não há ninguém. Meu casaco novo ainda está no bando de trás: menos mal, penso eu. Ligo o carro e saio correndo. Ao dirigir, vou pensando em tudo o que estava no porta malas e que pode ter sido roubado: roupa e tênis para a academia, livros, etc. Percebo, ao chegar na garagem, que nada foi roubado, além do próprio som. Agradeço por isso.
3 dias se passam e eu percebo que há um furo na porta do lado do passageiro, foi assim que entraram.
Mais uma semana se passa e eu vou ver o meu amigo mecânico- Anésio. Pergunto onde é o melhor local para tal conserto, entre outros papos de carro.
Vou ao local recomendado- falar com o Bahia, cuja mecânica tem o nome do filho- Jordão.
Confusa com tanta geografia, chego ao local e pergunto pelo Piauí. Todos me olham, falam que não conhecem o Piauí. Eu contra argumento que tinha sido encaminhada pelo Anésio e tal, e então um rapaz me responde: você quer falar com o Bahia? -Sim- um sorriso se abre em meu rosto. Todos começam a rir e comentam que um estado é bem afastado do outro... após o breve momento de descontração, falamos de negócios. O Bahia não está, então negocio com o Jordão. Ele comenta que terá de soldar a porta e fazer a lanternagem, que ficarei sem carro 3 dias e que custará R$ 400. Levo um susto- fui inadvertida de tamanho prejuízo, achei que o maior era o som do carro. Negociamos. Eu pergunto se não há como fazer um remendo, algo mais simples. Jordão insiste que não, mas consegue me entregar o carro em 2 dias e fazer por R$ 300. Tenho que voltar no outro dia às 8hs para deixar o carro.
No outro dia eu retorno às 8h10 e pergunto pelo Jordão. Me informam que ele não está. Eu retruco que havia marcado o encontro com ele. Me indicam falar com o pai dele. Me aproximo e falo: Bom dia, Bahia- sem erros geográficos. Relato que havia agendado para deixar o carro, vejo que ele é uma pessoa simples, falo do Anésio, ele vê o furo e eu pergunto se não há como colocar uma massa e não ter que soldar a porta. Ele pergunta por quê eu não quero fazer o conserto adequado. Eu retruco que estou sem dinheiro e que não quero ficar sem carro tantos dias. Ele sai e volta com uma massa. Coloca papel crepom na fechadura e começa a fazer o remendo. Eu pergunto quanto custará. Ele não responde, mas passa a massa, lixa, pinta. O resultado fica horrível, mas fui eu quem pedi. Dou os R$ 20 que tenho na carteira e vou embora.
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