Há pessoas que tocam o nosso coração de uma forma muito intensa.
São encontros muito verdadeiros.
São encontros profundos.
São encontros de alma.
São os encontros que provocam a nossa identidade, que nos trazem o profundo conhecimento do nosso ser.
Os encontros não ocorrem ao acaso.
Eu sou muito agraciada, protegiada por muitos e lindos encontros na minha vida.
Minha missão é viajar para ser tocada desta forma, ser acordada do sono profundo da existência automática a qual por vezes me encontro. E para tocartambém, com muita delicadeza, o coração e a existência de outras pessoas.
Um dia, à luz do luar, alguém me perguntou qual era o sentido da nossa vida de viajeiro, de mudanças constantes, pois isso limitava a nossa capacidade de desenvolver relações profundas. Eu respondi que eu sentia que desafio era construir as relações profundas mesmo não estando no mesmo lugar o tempo todo e mostrar que todo ser humano é capaz de viajar só, de se desafiar e que não há limitações quando nos propomos verdadeiramente a algo. Mas hoje a minha resposta iria além, pois não importa o tempo da relação, mas a profundidade dos sentimentos, a conexão estabelecida com o coração, a enrega do seu verdadeiro eu, sem medos nem limitações. Os encontros profundos que eu tive na viagem à Europa, este ano, não me deixam nenhuma dúvida. O meu relacionamento com o Ruben, o Harry, a Petra e a Rose é muito profundo e não diminuiu mesmo com a nossa distância. O amor permanece.
Quando o dia acabou, em Graz, caminhávamos de volta para a casa, para o ponto de ônibus, e eu me sentia mal humorada, esquisita, exatamente como me sentia quando fui embora do kibbutz em Israel. Então percebi que era uma manifestação do amor, o sentimento da perda, da eminente separação, a vontade de ficar junto. E caminhando, me lembrei do meu irmão Daniel e da saudade permanente que eu tenho dele, e como eu queria que ele estivesse caminhando comigo pela Áustria.
A saudade move o mundo.
O que seria do mundo sem a saudade?
Ela é uma força. Me motivou a vir.
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