quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Fim da história de Andalucia

Maria Inês e eu fomos passar uma semana na agradável Andalucia, sul da Espanha, a verdadeira alma da Espanha. Gente alegre e bonita. Cultura e diversão. Encantamentos e deslizamentos.
Maria Inês terminou a viagem com catapora. A pobre. E eu sem saber que varicela era catapora até a Ilaria, minha amiga italiana, buscar no dicionário brasileño-español. Se você quer visitar a Espanha e dispõe de poucos dias, não perca tempo com mais nada, vá a Andalucia e Barcelona. São o must da Espanha.
Começamos a viagem em Málaga, que foi a mais grata surpresa da viagem. A cidade não estava nos nossos planos, mas como havia um vôo direto e barato da ryanair de Santander a Málaga, resolvemos passar ali uma noite. Lá fomos hospedadas pelo magnífico Antônio. Além de ser um homem charmosíssimo, é inteligentíssimo, totalmente aberto e curioso sobre as diferentes culturas, as nossas principalmente, de fato muito encantador. Mas logo, logo, ao sentar na primeira teteria da viagem (casas especializadas em chá- té, em espanhol- que só estão presentes na Andalucia), recebemos a companhia da sua também agradável namorada. Eles nos levaram para comer boquerones, o peixe típico da região, saladas "malagueña", pescadilla, outro peixe, que morde o próprio rabo, e outras orgias alimentares. Apesar de termos passado somente uma noite, vimos muitas coisas: la manguita, a catedral com uma torre somente; o alcazaba; higueras (há uma crença de que quem dorme em baixo desta árvore fica louco) e toda a parte histórica da cidade. Mas o que mais ficará presente nas minhas lembranças são os sinos tocando de todas as igrejas, a toda hora. Me senti muito feliz em Málaga.
Nossa segunda parada foi em Granada, que foi o oposto de Málaga. Era a cidade que eu mais queria conhecer e a que mais me decepcionou. Também há teterías muito interessantes, a alhambra é realmente uma maravilha do mundo, o pôr de sol do mirador de San Nicolás com a Serra Nevada ao fundo é de fato maravilhoso, há muitos homens lindos, mas não encontrei a magia que foi fácil identificar nas outras cidades andaluzas. E ah, é importante mencionar, que apesar de toda a propaganda, os reis que expulsaram os muçulmanos não estão enterrados na catedral, você tem que pagar outros eurinhos a parte para ir ao túmulo deles.
Já Córdoba foi a minha cidade preferida. Que linda!!!!!!!!!!!!!!! Que pequena!!!! Que miniatura formidável!!! Tem tudo para todos os gostos, apesar de pequena. Tem sinagogas, mesquitas, catedrais, álcazares, plaza mayor e gente simpática e bonita. Quem nos recebeu lá foi o Rafael, figuríssima. Assistimos a Espanha ganhar de Portugal juntos e eu ficar puta, e ele ainda me deixar ficar na casa dele. Tomamos também muita cerveja gostosa em muitos bares interessantes que jamais conheceríamos se não fosse pela sua agradável companhia. E também só ele para nos aconselhar comer o flamenquin, salmorejo, berinjenas fritas, etc.
Em Sevilla, não deixe de ver o bairro de Triana, lugar onde fomos hospedadas pelo adorável Ivo, um tuga gente boníssima e com uma tatuagem do Lusídas no braço. E que disse que se mudou para Andalucia porque ali as mulheres tinham os seios enormes! De fato, Sevilla é fogo, é força, é audácia, é flamenco. É uma terra de mulheres poderosas e homens galantes.
Escrevi esse texto um dia, no ônibus, entre uma cidade e outra de Andalucia:
Andalucia é uma mescla do cheiro perfumado das flores de laranja com a visão entre girassóis e oliveiras. Há muitos girassóis em Andalucia porque eles nos mostram que é a terra do sol, que aquece o coração de tão boas pessoas. Também vi um pouco de milho, mas tenho vontade de deitar e dormir ao é de uma oliveira e despertar num palácio que pode ser muito pequeno, mas com um agradável jardim. Despertada pelos raios de sol penetrando no meu corpo, me enchendo de calor e esperança, vontade de viver mais e melhor. Intensidade é a palavra chave da minha vida. Não gosto de caminhar sem direção e encontrar nada. Eu gosto de encontrar o inimaginável, como esse infinito campo de girassóis à minha direita.
Outro campo de girassóis. Agora estão todos um pouco caídos. Por quê? Será que lhes falta água?
Entre os campos sempre há uma casinha branca.

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