Recuperei este texto do velho blog deletado, é do dia 11 de Abril de 2006:
Eu não estou me adaptando muito bem ao kibbutz, estou me achando um peixe fora dágua, mas estou tentando... as pessoas são muito legais comigo, as meninas especialmente, sempre me chamam para fazer tudo com elas, ontem eu até ganhei um presentinho. No entanto, o papo é bem teen, e não estou mais dando conta!! Elas têm até 23 anos. Só há uma pessoa mais velha do que eu aqui, um americano com mãe brasileira, que estudou música e toca cavaquinho e tem 29 anos. Gatinho, por sinal.
Ontem fui com as meninas para Elat, no fim da tarde, e a cidade me lembrou muito qualquer uma que eu conheço do nordeste, feirinha na bira da praia à noite, todos descontraídos, é um balneário. A cidade fica há 40 minutos daqui, indo de ônibus. Quinta é feriado, então voltarei lá para pegar a minha primeira praia nestas bandas, no mar vermelho.
Sobre o feriado... é a páscoa judaica, que dura 2 semanas, em que eles não comem nada que tenha fermento... inclusive pão! E isso me inclui, uma vez que a minha alimentação diária é no refeitório do kibbutz. Hoje no café da manhã eu fiquei pasma, só tinha iogurte e morri de fome até a hora do almoço. Ontem fizemos uma super faxina na cozinha, para nos assegurar de que não tinha nenhum pedaço de pão por aí. Considerando que a base da minha alimentação desde que eu cheguei é pão, pode-se imaginar o meu sofrimento. E isso vai durar pelo menos uma semana. Amanhã é o super jantar de páscoa.
Voltando de Eilat, ontem, uns meninos israelenses estavam indo a uma festa num kibbutz próximo, eles me chamaram com a seguinte frase: "vamos, a cerveja é de graça", quem me conhece sabe qual foi a resposta. Eles tinham que se livrar da cerveja em função da páscoa. Agora, pensa num lugar estranho com gente esquisita. Quebrei todos os meus paradigmas anteriores de gente estranha. Uma mistura de hippies dreads com muito rebolado e pulo, negritude e cores. roupas esquisitíssimas, esquece tudo o que eu falei anteriormente sobre as mii saias. Queria ter trazido a minha câmara para filmar aquilo. Na verdade, eu era a esquisita, alguém já dizia que em terra de louco quem é normal é que é o estranho. Acho que eu nunca vou conseguir descrever ou mesmo imitar o que eu vi ontem naquela festa. Também, uma festa no meio do deserto... quem escolhe morar no deserto só pode ser esquisito mesmo.
Um comentário:
Isso que é experiência!
Não tem como não se identificar!
Delícia de vida essa de mochileiro!!!
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