Foi um sábado nebuloso. Na minha cabeça, afinal eu não cheguei a observar muito o tempo do lado de fora da janela.
Acordei tarde, tomamos um longo café da manhã, conversamos muito, certamente a melhor parte do dia. Depois pegamos um pouco de chuva para ir ao centro, voltamos, descobri que tinha que estar no aeroporto às 19hs, não às 18hs. Dava tempo de comer, fui ao supermecado comer uma pizza e depois fui ao aeroporto.
Todo o ponto do fim de semana era um encontro no aeroporto sábado à noite. Depois eu tinha meu vôo de volta à Santander domingo às 6hs. Decidi ficar toda a noite no aeroporto trabalhando, havia trazido meu notebook. Depois de ficar uma hora esperando a pessoa sair, tentar entrar na surdina dentro da área dos passageiros e tal, consigo um contato rápido. Às 21hs já estava sozinha, entregue aos meus pensamentos, desejos e frustrações. Comigo havia milhares, devido aos inúmeros vôos cancelados aos mais diversos destinos europeus. Famílias inteiras dormindo no chão, casais sem expressão sentados na McDonalds, senhoras fazendo palavras cruzadas, e eu e meu computador. Na minha cabeça eu sentaria em um café, pediria um capuccino gostoso e passaria a noite produzindo, não perdida. No final, não havia tomada nos cafés, então eu tive que sentar no chão de um corredor. O desconforto não me deixou produzir como eu gostaria, comecei a ler mil livros interminados.
Às 4hs eu resolvo sair do terminal 4 para o terminal 1, de onde sairia o meu vôo. No terminal 1, compro uma garrafa de água e sento em um café. Neste momento, estou lendo um Haruki Murakami "After Dark", coincidentemente uma história ou histórias paralelas que se passam em uma madrugada. Às 5hs me levanto para fazer o reconhecimento do meu passaporte na Ryanair e finalmente embarcar para casa. Mal posso esperar para chegar em casa. Tenho os pés queimados por tintura de iodo e estou, incrivelmente, de salto. Elegantemente, passo pela segurança, e quando vou checar na televisão de qual portão o meu vôo sai, leio "cancelado". Volto. Era verdade, os aeroportos do norte da Espanha também estavam fechados em função do vulcão da Islândia. Dizem que a fumaça está cada vez mais ao sul. Custo a acreditar nas notícias. Me aconselham a ir em ônibus ou trem.
Neste momento, perco a elegância, e em cima da minha meia calça e do meu vestido, coloco um tênis. Vou à estação de ônibus, o próximo à Santander sai às 8hs. Desço, pela milésima vez, a um café, e peço um sanduíche. Tenho dúvidas em decidir se tenho fome ou não. Como algo porque tenho que tomar o antibiótico e o antinflamatório em função das queimaduras.
Chego em Santander às 14hs, incrível.
Um comentário:
Nossa, que saga!!! Mas pelo menos você chegou, né?! E as pessoas que estão voltando pra casa só hoje? hehehehe
Se cuida!
Beijoooo
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