Percebi
que algumas percepções sensoriais geram lembranças fortíssimas de uma
determinada pessoa em minha vida.
Eu não posso evitar. Estou num bar, no trabalho ou em qualquer ambiente e de repente algo desperta uma lembrança tão forte que eu não tenho como evitar o choque de realidade.
Sexta feira foi na pizzaria. Estou sentada conversando com amigos queridos e sinto um cheiro, que entra e vai direto para o coração, gerando um certo distúrbio. Levo 30 segundos para conectar a percepção à lembrança. Era o cheiro do óleo de buriti da natura. Eu o ganhei de presente quando retornava de Brasília a Cabo Verde, em uma dessas férias, e o usei todos os dias. Este momento coincidiu com o que eu conheci o tartaruga, uma grandíssima paixão. Então eu tomava banho e passava o cheiroso óleo com todo carinho e cuidado sob o meu corpo, que seria então tocado por ele. De repente o óleo acabou, e o relacionamento também. Estavam todos enterrados no passado (será?) até eu sentir o cheiro novamente, na sexta.
Já ontem eu achei alguns CDs que eu já considerava perdidos, depois de tantas mudanças. Hoje coloquei no carro o “Part of the process” do Morcheeba. Algumas músicas do grupo evocam um ano da minha vida universitária, que eu gostava de um cara que sempre entrava no meu fusquinha com a fita na mão para escutarmos. Dirigíamos por aí escutando Morcheeba. Ou eu escutava quando eu queria me lembrar dele.
Outro dia foi num grande festival de rock. E veio uma lembrança da qual eu nem tinha consciência. Começou o show do Kings of Leon e eu comecei a me sentir extremamente estranha e desconfortável. De repente tocou uma música que foi como uma estaca no meu coração. Então eu lembrei que eu fui num festival ano passado com uma pessoa maravilhosa, onde também teve o show do Kings of Leon. Mas eu apaguei da memória porque essa música me marcou especificamente. Infelizmente não foi porque ele me deu um beijo inesquecível. Inclusive essa lembrança é difícil porque um dos momentos mais difíceis da minha vida foi o último dia que eu vi este cara. Minha mala tinha estragado e eu tinha poucas horas para ir ao centro, comprar outra, voltar à sua casa, trocar tudo e correr para a estação de trem para pegar o trem das 5. Lembro que correr no centro era tão, mas tão difícil, porque meu coração pesava tanto quanto a mala, eu me sentia 150kg mais pesada, não tinha forças, chorava, achava que não ia conseguir, colocava a mão no peito para saber se podia ajudar a deixar tudo mais leve e correr...
Este mesmo cara corresponde a outro cheiro. Quando eu o conheci, na minha primeira visita à Bélgica, fui sua hóspede, e a cama onde dormi era a mais cheirosa da vida. Os lençóis tinham sido recentemente lavados com o amaciante mais cheiroso de belga. Quando voltei a Cabo Verde, fui ao supermercado mais caro e fiquei procurando o amaciante. Não é que achei? Comprei, lavava todo dia as minhas roupas todas para ficar com cheiro de belga gostoso e me lembrar dele o dia todo.
Eu não posso evitar. Estou num bar, no trabalho ou em qualquer ambiente e de repente algo desperta uma lembrança tão forte que eu não tenho como evitar o choque de realidade.
Sexta feira foi na pizzaria. Estou sentada conversando com amigos queridos e sinto um cheiro, que entra e vai direto para o coração, gerando um certo distúrbio. Levo 30 segundos para conectar a percepção à lembrança. Era o cheiro do óleo de buriti da natura. Eu o ganhei de presente quando retornava de Brasília a Cabo Verde, em uma dessas férias, e o usei todos os dias. Este momento coincidiu com o que eu conheci o tartaruga, uma grandíssima paixão. Então eu tomava banho e passava o cheiroso óleo com todo carinho e cuidado sob o meu corpo, que seria então tocado por ele. De repente o óleo acabou, e o relacionamento também. Estavam todos enterrados no passado (será?) até eu sentir o cheiro novamente, na sexta.
Já ontem eu achei alguns CDs que eu já considerava perdidos, depois de tantas mudanças. Hoje coloquei no carro o “Part of the process” do Morcheeba. Algumas músicas do grupo evocam um ano da minha vida universitária, que eu gostava de um cara que sempre entrava no meu fusquinha com a fita na mão para escutarmos. Dirigíamos por aí escutando Morcheeba. Ou eu escutava quando eu queria me lembrar dele.
Outro dia foi num grande festival de rock. E veio uma lembrança da qual eu nem tinha consciência. Começou o show do Kings of Leon e eu comecei a me sentir extremamente estranha e desconfortável. De repente tocou uma música que foi como uma estaca no meu coração. Então eu lembrei que eu fui num festival ano passado com uma pessoa maravilhosa, onde também teve o show do Kings of Leon. Mas eu apaguei da memória porque essa música me marcou especificamente. Infelizmente não foi porque ele me deu um beijo inesquecível. Inclusive essa lembrança é difícil porque um dos momentos mais difíceis da minha vida foi o último dia que eu vi este cara. Minha mala tinha estragado e eu tinha poucas horas para ir ao centro, comprar outra, voltar à sua casa, trocar tudo e correr para a estação de trem para pegar o trem das 5. Lembro que correr no centro era tão, mas tão difícil, porque meu coração pesava tanto quanto a mala, eu me sentia 150kg mais pesada, não tinha forças, chorava, achava que não ia conseguir, colocava a mão no peito para saber se podia ajudar a deixar tudo mais leve e correr...
Este mesmo cara corresponde a outro cheiro. Quando eu o conheci, na minha primeira visita à Bélgica, fui sua hóspede, e a cama onde dormi era a mais cheirosa da vida. Os lençóis tinham sido recentemente lavados com o amaciante mais cheiroso de belga. Quando voltei a Cabo Verde, fui ao supermercado mais caro e fiquei procurando o amaciante. Não é que achei? Comprei, lavava todo dia as minhas roupas todas para ficar com cheiro de belga gostoso e me lembrar dele o dia todo.
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