Entramos nos aforas da cidade, e vamos caminhando até chegar à Plaza del Obradoiro, em frente à catedral, e que García Marquez definiu como a mais bonita do mundo, o ponto zero da peregrinação.
Depois, uma longa fila para pegar a "compostela", o certificado emitido pela igreja católica dizendo que depois da sua peregrinação você tem todos os seus pecados perdoados. Bom, isso é o que dizem, porque como o certificado está em latim eu nunca terei certeza.
"A Compostela só poderá ser obtida em Santiago de Compostela, na “Oficina de Acogida al Peregrino” (perto da Catedral) e será atribuída, pessoalmente, apenas a quem apresentar a sua Credencial do Peregrino devidamente carimbada, provando que fez os últimos 100 km do Caminho a pé ou a cavalo ou os últimos 200 km do Caminho de biciclete, e em dias consecutivos."
Depois de obter a compostela, buscamos um albergue um pouco mais confortável do que o que vínhamos dormindo. Achamos uma pensão com um quarto para as três, onde passamos 2 noites. Santiago é um êxtase! A comida maravilhosa, os galegos muito simpáticos, a cidade belíssima, a música divina (música celta com gaitas de fole). Tudo de bom! É uma recompensa e tanto para o fim do caminho.
Mas os rituais de peregrinação ainda não terminaram!
No dia seguinte, os peregrinos recebem uma missa especial às 12hs. Nesta missa, o bispo lê a nacionalidade de todos os peregrinos que chegaram no dia anterior depois das 12hs e os que chegaram no mesmo dia antes das 12hs. Como este era um ano compostelano, havia a possibilidade de entrar pela porta santa. Neste momento, se deve molhar os dedos na água benta e passar a mão nas cruzes. A missa é linda e o ápice é o famoso "botafumeiro" um enorme incenso que há perto do altar. É o maior do mundo e pesa 80kg, para o balança são necessários muitíssimos padres, é incrível ver a cena. Dizem que um incensário tão grande era necessário porque os peregrinos cheiravam muito mal, depois de um mês com a mesma roupa.
Depois de assistir a missa, se sobe para dar um abraço na imagem de São Tiago. Ao entrar nesta parte da igreja, você deve colocar a mão em uma parte da pilastra mais desgastada, onde diz a lenda que milhões de peregrinos se apoiaram ao longo dos anos. Este ano expressa seus sentimentos de solidariedade e universalidade da fé, além de que te transmite a sabedoria desses peregrinos que vieram antes de você.
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