domingo, 13 de dezembro de 2009

Segunda coisa mais legal

Lembrei de outra coisa muito legal!
Hoje a temperatura abaixou 7 graus. Agora acho que o inverno vai começar de verdade, embora eu já tenha repetido esta frase algumas vezes no último mês. Mas já estamos no dia 13 de Dezembro, tá na hora.
Eu sentia muito frio pela manhã. Então fiz um chá e coloquei no meu super copo fantástico e térmico que a Inae me deu de presente de despedida. E ao invés de bebê-lo, fiquei só segurando-o quentinho nas minhas mãos. E passava pelo rosto, para tirar aquela sensação gelada.
E me veio à memória quando tomei esta mesma atitude no topo do Monte Fuji, Japão.
Éramos um grande grupo de estranjeiros, diversas nacionalidades, de 2X2 canadenses a portugueses super esportistas. E quatro brasileiros. Era verão, e a temporada de escalada do Mt. Fuji estava aberta. Iniciamos a marcha por volta das 17hs, o lance é subir durante a noite para ver o nascer do sol do topo. Realmente lindo. O vento estava fortíssimo, foi a primeira vez que senti o poder deste elemento da natureza, de derrubar tudo o que encontra pela frente. Tínhamos que nos segurar forte. E um frio...

Fomos marchando devagar e sempre. Por vezes nem a lanterna eu tinha para me orientar, compartia somente uma com o Vinicius e ele sumia na escuridão a minha frente. Era a minha primeira montanha, e não sei porque eu tinha uma profunda determinação de chegar lá, queria muito. Quando o Sérgio, o português, desistiu, fiquei chocada. Ele vivia dizendo que eu não ia conseguir (ele marcou um treinamento- subir uma montanha em Uji, onde morávamos. Eu achei a idéia um pouco tonta, então para me fazer sair de casa, o Vinicius falou que íamos subir um morro para tomar uma cerveja na fábrica que ficava em cima. Saí de jeans e com o gosto da cerveja na boca. Não tinha vontade nenhuma de subir morro para ver a minha capacidade física, então não andei direito, e andei de mal humor. Aí o tuga achou que eu não era capaz).
Retomando a subida. O sol foi nascendo e ainda faltava um pedaço da montanha. Não sei se vocês já subiram uma, mas quando estamos na reta final, a coisa é super tricky. Você tem a impressão de que faltam 10 minutos, que consegue ver o topo. Mas uma coisa que eu aprendi é que depois do topo sempre tem outro topo, você nunca pode achar que está chegando até que alguém te assegura de pé junto que não tem nada mais para cima. O Mt. Fuji ainda é mais aieitadinho, mas cadeias montanhosas como o Mt. Olympus ou os Picos de Europa daqui são terríveis, nunca acabam.
Mas uma hora acabou, o sol já estava ficando forte na nossa cabeça. Nossa?
Sim, essa é para mim a parte mais incríel da história. Só chegamos no topo- e juntos- os 4 brasileiros do grupo: eu, Vinicius, Karen Harada e o outro moço do sul que eu esqueci o nome. Nota mental: perguntar pra Ka.
E claro que tiramos uma foto com a bandeira. Bom demais, orgulho demais.
E então o frio... tinha tipo um café no topo, para acolher os aventureiros. Entrei. Uma lata de café (sim, no Japão vendem cafés prontos em lata) custava 1000 yens. Isso é muito, muito, muito caro. Mas eu estava congelando. Assim eu comprei uma lata e fiquei com ela nas minhas mãos, sentindo cada célula acordar, passei pelo meu rosto, pescoço... sentindo a plenitude da vida, de ser mulher, guerreira, brasileira. Como hoje de manhã.

2 comentários:

While I'm bored... disse...

Era o Cristiano... ele foi meu anjo protetor.. na subida ele me segurava para eu nao sair voando com os ventos fortes (nessa epoca eu era magrinha magrinha e todos realmente achavam que o vento me levaria) e na descida eu me apoiava nele para nao sair rolando montanha a baixo.. hahaha

menina.. cada programao que a gente se metia, hein!?

dizquefuiporai disse...

hehe, mas aquele vento tava pra derrubar um mesmo! E o que foi feito dele, você ainda tem contato? Eu lembro que compramos a panela de pressão dele!! Agora eu já aprendi a cozinhar feijão sem panela de pressão...

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