terça-feira, 8 de abril de 2008

Despedidas

Os leitores assíduos do blog sabem que desde o começo estou muito ligada aos meus amigos espanhóis. Vocês podem imaginar então o que eu estou sentindo agora com a partida de quase todos de Cabo Verde na última sexta feira. Agora restam Fer e Let por mais um mês, porque conseguiram um outro trabalho mediante o fim do seu contrato. Let vai embora no dia do meu aniversário e Fer uma semana depois. Sexta é niver do Fer e eu prometi levar brigadeiros para dar um toque brasileiro que eu sei que eles também vão sentir saudades. Os últimos dias foram intensos! Nos encontramos muito, fizemos sauna juntos na casa deles todas as noites (vocês não imaginam o calor que já está fazendo por aqui), experimentamos todas as cervejas disponíveis no mercado, mas o momento deu ligar para o Antônio (meu taxista amigo) ir levá-las para o aeroporto chegou. O detalhe é que desde Janeiro houve uma evasão total de todos o pessoal internacional, agora eu estou sozinha no programa, tomando conta de tudo, quando eu ainda sou caloura!!!!! Sinto falta do sorriso do Tahirou, dos bons conselhos do Adama, da alegria da Bárbara, de não entender nada do espanhol do Pablo, etc, etc.
No último fim de semana fizemos uma caminhada de despedida, da Serra Malagueta à Ribeira Principal. Foi a mais linda que fizemos juntos, essa ribeira é bem divertida. Ao atravessar a linha de chegada encontramos alguns conhecidos, ali, no meio do nada. Eles ofereceram uma boleia até Tarrafal, onde iríamos passar a noite. O carro já ia chegar para buscá-los, 17:30, eles disseram. Consideramos uma boa oferta, considerando que a opção era ir no teto do aluguer totalmente lotado que estava deixando a ribeira, último do dia. Fer achava uma boa idéia, eu disse que não tinha hipótese. Contávamos com um atraso caboverdeano, mas não de tanto tamanho. O carro acabou chegando 19:30, mortos de fome, frio, sono, subimos na carroceira da caminhonete naquele breu total, nem lua cheia tinha para nos ajudar, frio...
Com a qualidade das estradas vocês podem imaginar os pulos que o carro dava do nada, onde pensávamos ter desencaixado cada vértebra. A carroceira também foi lotada, duas senhoras que tinham vendido todo o seu balde de peixe também queriam voltar a Tarrafal. Eu com o meu pavor de cheiro de peixe, estava com a cara quase enfiada no balde da senhora, e quando o carro dava freiadas bruscas aquilo entrava na minha perna que eu achava que não ia sobrar carne para contar a história. Mas foi mais uma das nossas histórias, e divertida no final.
Saudades, amigos.

Glossário: Boleia= carona

2 comentários:

While I'm bored... disse...

Ju, faz um tempao que nao passo por aqui.. hoje entrei e tem um montao de coisas para eu ler.. mas agora tudo muito corrido...
mas soh de ler o titulo imagino como sao as despedidas... lembro que essa epoca do ano era uma das mais doloridas no japao!!
Mas no final, apesar de pessoas queridas irem... pessoas que ainda iam ser queridas chegavam...
Espero te ver logo!!
beijao
KAREN

Anônimo disse...

Ronald's!!!!

Cara, eu viajo junto contigo quando entro nesse blog....

Quantas histórias, quanta vida!
Esse mundo é realmente grande!!!

Saudades...

Beijo grande!!!
Quiruls

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